1ª Super-Tese de Doutorado sobre a Bíblia Sagrada.

1ª Super-Tese de Doutorado sobre a Bíblia Sagrada!

O que dizer de um livro sagrado, maior "best seller" de todos os tempos, traduzido em mais de 2.000 línguas e dialetos, com mais de 2 bilhões de exemplares vendidos e está ao alcance de 85% da Humanidade e é lido há cerca de 3 mil anos? 

Que tal livro sagrado não existe, responderia alguém incrédulo e ignorante, acostumado a pequenos livros. 

Mas existe, sim. Tal livro sagrado é a Bíblia Sagrada, escrita em Hebraico e Aramaico.

Bíblia que, em grego, significa livros, dividida em Antigo e Novo Testamento. A expressão Antigo Testamento é também conhecida como Bíblia Hebraica ou Tanach: Torá [pentateuco ou cinco livros], Livros dos Profetas [Neviim] e os livros escritos [Chetubim].

De que nos fala o Antigo Testamento ou Bíblia Hebraica, exatamente no seu Pentateuco -conjunto dos cinco primeiros livros sagrados: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

O que conta Gênesis...

Gênesis, parte mais conhecida e famosa do Antigo Testamento, relata e descreve o começo do mundo e da Humanidade, através dos seus relatos famosos: Criação do Universo, origem do primeiro Homem e da primeira Mulher, queda e pecado original da expulsão do Paraíso [quando Eva cometeu o pecado original do fruto proibido contra Adão], o dilúvio e a Torre de Babel etc.

Gênesis é uma mistura de mitologias culturais do Oriente Médio e da África, em especial dos Hebreu monoteístas, com seu Deus severo, punitivo, opressor e autoritário. Descrição dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó buscando sua Canaã -Terra Prometida do Leite e do Mel. Gênes termina com a morte de José, filho de Jacó que, graças a seu poder de advinhar através dos sonhos, tinha sido guindado ao poder pelo faraó do Egito.

Saga do povo hebreu no deserto...

O livro seguinte é Êxodo, um dos mais citados pela Teologia da Libertação. Êxodo narra a saga de Moisés, profeta escolhido por Deus para libertar os hebreus dos faraós do Egito. 

Êxodo, livro preferencial da Teologia da Libertação, descreve a prodigiosa travessia e saga do Mar Vermelho feita por Moisés e os hebreus, após vagar 40 anos pelo deserto, e as Tábuas da Lei que ele recebeu no Monte Sinai.

Vei aí Pentateuco e Levítico...

Terceiro livro do Pentateuco é o Levítico. Narrado pelos Levitas, grupo sacerdotal moralista e conservador, o Levítico tem prescrições de ordem litúrgica: o ritual dos sacrifícios, o ritual de ordenação dos sacerdotes, normas para evitar sacrilégios, normas sobre o puro e o impuro.

Impuros, segundo Levítico,  são os porcos e sua carne proibida Oriente Médio, por conta dos suínos andarem muito lentamente, transpirando muito e precisando de muita umidade. 

Também os leprosos, tidos como pecadores mortais e merecedores do castigo divino, não tendo o direito, ao morrerem, de serem enterrados no mesmo cemitérios dos profetas e soberanos.

Agora o Livro dos Números...

Ao Levítico segue-se o Livro dos Números. Determinado pelos censos realizados entre os Hebreus do deserto, e por causas enumerações em geral, que não são poucas. 

Inclui leis antigas e leis novas, e exalta a figura de Moisés, aqui muito presente.

Já o Deuteronônio é uma tradução inadequada da expressão hebraica "uma cópia da Lei", ou seja, da Lei dada a Moisés. 

Deuterônomio, por exemplo, condenava a sodomia e o homossexualismo.

Terminado o Pentateuco, entramos numa série de livros que o caráter histórico via se firmando: Livro de Josué, sucessor de Moisés, líder da conqusita de Canaã e responsável pela instalação das tribos que formavam a comunidade hebraica, por volta de 1200 a.C.

O segundo livros dos livros históricos é o Livro dos Juízes -magistrados das leis judaicas

Em três livros as mulheres desempenham um papel importante: Rute, Judite e Ester. 

O Livro de Rute é uma história provavelmente fictícia, ocorrida à época dos juízes, e que narra a história da amizade entre a herege Naomi e a moabita Rute, nora de Naomi.

Viúvas as duas, Naomi diz a Rute que regresse junto de sua gente, os moabitas. 

Mas Rute replica com a frase famosa: "aonde fores, irei contigo; onde ficares, ficarei; teu povo será meu povo, teu Deus será o meu Deus.

Os livros de Samuel giram em torno deste importante figura mitológica e humana, que, ao ungir Saul como rei, desempenha um papelo decisivo na trejetória política e social dos hebreus. Além de Saul, outro personagem transcendente aparece nesta parte. Davi, com quem Saul, rei, tem uma relação paradoxal de amor e de ódio. Davi, sucessor de Saul, consolida fronteiras, estabeleceu Jerusalém como capital e funda uma dinastia de quatro séculos; e, para terminar, Davi planejou a morte do capitão Urias na batalha contra os Amonitas, apenas para ficar com a mulher dele: Betsabá.

Davi foi substituído por Salomão, rei que reinou com muita sabedoria, prosperidade e pujança. Salomão construiu o famoso templo de Jerusalém à base de cedro do Líbano e de Marfim da África. 

Salomão, mistura de sábio com tarado sexual, transando com mais de 1.000 mulheres, e principal responsável pela guerra das 10 tribos do Norte contra as duas do Sul. 

Depois temos o Livro de Esdras, que se refere a um período iniciado em meados do século VI a.C. 

Período em que Esdras, sacerdote e autoridade na interpretação da Lei, homem de confiança do rei persa, assume a liderança espiritual. 

O Livro de Tobias, que se segue ao de Neemias, deveria chamar-se Livro de Tobit, já que este, pai de Tobias, é na verdade o principal personagem. 

O Livro de Judite, escrito por volta de 150 a.C., conta a história desta corajosa viúva, que, ao matar Holofernes, general de Nabucodonosor, salva os judeus de uma derrota militar iminetne. Coincidentemente, o Livro seguinte também trata de uma mulher, Ester. 

Casada com Assuero [nome hebraico de Xerxes, rei dos persas e dos medas], consegue livrar seu povo povo dos palnos de extermínio traçados por Aman, grão-vizir de Assuero, que, no final, é enforcado. A saga de Ester é celebrada na tradicional Festa judaica do Purim, que tem um caráter alegre, com as crianças em geral fantasiadas.

Na continuação, temos os Livros dos Macabeus, que, na verdade, não constam da Bíblia Hebraica; são considerados apócrifos, mas figuram no Bíblia do catolicismo. Descrevem as lutas dos judeus, liderados por Matatias e seus filhos contra os reis sírios (selêucidas). 

O filho de Matias, Judá, era conhecido como Makevet, oiu martelo em hebraico, de onde vem o termo Macabeu. 

E aí chegamos a um texto fraco e melancólico: o livro de Jó. A descrição dos sofrimentos pelos quais passa o personagem, testado em sua fé no Senhor, é pungente -ainda que neutralizada pelo final feliz. 

Os Salmos são cânticos de caráter sagrado que eram entoados com acompanhamento de um instrumento musical conhecido como saltério. Entre os diversos autores dos cânticos estavam Davi e Salomão. Cântico dos Cânticos, atribuído a Salomão, é uma metáfora de amor à Divindade.

Chegamos então aos profetas. Que não são exclusividade do judaísmo; em mutias religiões, um profeta é considerado um intermediário junto a uma divindade, trazendo para outras pessoas as determinações dessa divindade.

Os oráculos gregos tinham poderes proféticos. O cristianismo vê em São João Batista uma figura profética. Mas é no judaísmo que que os profetas apresentam maior relevância.

Na Bíblia Hebraica apresentam duplo papel. Neviim, a parte do Tanach que fala dos profetas, é tradicionalmente dividida em duas parte. Primeiros profetas com os livros de Josué até os Reis.

E os últimos profetas incluindo: Jeremias, Isaías, Ezequiel e dos 12 profetas menores -Ozéias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, e Malaquias.

Profetas que desempenhavam seu papel de duas maneiras: advertiam os ricos e poderosos das injustiças contra os mais pobres e tinham um alto grau de renúncia e de mística,  a ponto do profeta Isaías purificar seus lábios com um carvão aceso para que eles não contaminassem a mensagem que transmitia.

Curiosidades da Bíblia Sagrada...

A Bíblia, em grego, é o mesmo que livros, foi impressa pela 1ª vez na Idade Média, sendo que o Antigo Testamento foi escrito em Hebraico e o novo em Grego, possuindo, ao todo (Antigo e Novo Testamento), cerca de 1200 capítulos, 32000 versículos e cerca de 4.000 promessas.

Profeta depois de Malaquias foi João Batista, Arca de Noé tinha 3 andares, Salmo 119 é o mais longo, Elias e Moisés foram os único profetas que jejuaram 40 dias e 40 noites.

Mais: Salomão deixou mais de 3000 provérbios, Apóstolo Paulo foi decapitado em Roma por ordem do tirano Nero, multiplicação dos pães e dos peixes de Cristo alimentou 5.000 pessoas, o livro mais antigo é Jó.

Para terminar: Retirada da Costela de Adão foi a 1ª cirurgia da Bíblia.

Explicando o Novo Testamento...

O Novo Testamento, parte cristã da Bíblia Sagrada, fala de outro profeta. Profeta mais importante. Jesus Cristo, o mais milagroso e famoso de todos os profetas.

Novo Testamento foi uma expressão criada por São Paulo, e designa um conjunto de 27 livros, assim divididos: os quatro Evangelhos e os atos dos Apóstolos, textos históricos; as catorzes epístolas de São Paulo e as sete epístolas católicas, que são doutrinárias; e um livro profético, o Apocalipse.

Evangelho vem do grego "evangelion" e significa boa notícia. São quatro, os evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. 

A tradição atribui o primeiro evangelho a Mateus, escrito para fiéis do judaísmo.

Marcos, provavelmente, era um judeu-cristão de grande prestígio e autoridade, emigarado para Roma. Como Lucas, escreve para cristãos ainda liados a uma origem judaica. Lucas é a descrição da história de Jesus, do batismo até a ressurreição.

O quarto evangelho é o do apóstolo João, mas, qo que tudo indica, passou por uma longa reelaboração. João interessa-se menos pelas circunstâncias históricas e geográficas da vida de Cristo, procurando reafirmar a condição de Jesus como filho de Deus e portador da salvação eterna. 

Os Atos dos Apóstolos são atribuídos a Lucas. Ao contrário do que sugere o titulo, o texto não conta a história dos apóstolos, mas mostra como o Evangelho se propagou pelo mundo, emergindo do judaísmo e penetrado no paganismo. 

É uma obra didática que enfatiza a solidez dos ensinamentos recebidos de Cristo e que tiveram em São Paulo o seu grande missionário. Convertido ao cristianismo, tornou-se líder grande líder e fanático de Cristo. 

Epístolas de São Paulo eram dirigidas a diversos grupos: (romanos, coríntios, gálatas, efésios, filipenses, tessalonicenses), a pessoas (Timóteo e Tito).

Finalmente temos o Apocalipse -pregando o fim do mundo, o arrebatamento e a Guerra do Armagedom.. 

A tradição o atribui ao apóstolo João, mas nem todos os exegetas concordam com o isso, o autor poderia ser um outro João, talvez o presbítero João de Éfeso. O texto tem muitos vínculos com a tradição milenarista judaica, a mesma que nutriu os essênios. 

Daí a linguagem críptica, cheia de símbolos e de números (sete trombetas soam, sete sinais aparecem no céu e na terra, quatro cavaleiros surgem). 

Como no caso do milenarismo judaico, corresponde a um período de crise: os cristãos eram cruelmente perseguidos pelos imperadores romanos Nero e Domiciano; mas o Apocalipse terminará com a vitória do Bem sobre o Mal.

A narrativa bíblica é sintética, econômica. O narrador não perde tempo com a descrição de paisagens, de lugares ou mesmo de personagens; isto tudo fica a cargo da imaginação do leitor. O que interessa é o que aconteceu, e a lição que daí se pode extrair. 

Portanto, para finalizar, biblicamente, Leia a Bíblia Sagrada. Bíblia Sagrada é um universo de conhecimento. Tem todas as formas de conhecimento. Boa Leitura da Bíblia Sagrada.

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Bíblia: Baú de Leis, histórias místicas, mitos e sagas heróicas...

Com certeza não é tarefa fácil desbravar, sob o ponto de vista literário e histórico, um livor sagrado que por muito tempo foi ocupado pelos interesses religiosos e políticos. 

A Bíblia é, por excelência, um livro sagrado e religioso, mas encontramos de tudo um pouco: provérbios, parábolas, orações, cantos, hinos, ensianmentos, leis, poesias,profecias, sonhos, sagas, mitos, símbolos, apocalipses, novelas etc.

Ao abrir a Torá, parte hebraica da Bíblia, ou seja, os primeiros livros bíblicos [Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), é preciso constatar que estamos diante de textos que querem fazer uma memória do passado mesclada com as contingências e a situação dos seus compiladores e leitores.

A Torá conta a história das famílias históricas de Sara, Agar, Abraão, Issaac, Jacó, Lia, que também são história hebraicas e de Israel. Fala de aspectos gerais da vida e da religiosidade de tais famílias e de seus parentes.

Ou, no caso, do Livro de Reis, narra o caso da viúva de Serepta. Mesmo acontecendo com o Livro de Amós, representando ditos e profecias hebraicas.

Modernidade e atualidade histórica das temáticas bíblicas...

A Bíblia não é apenas um livro sagrado. A Bíblia é também história, antropologia, economia, geografia, matemática, filosofia, entre outros aspectos do conhecimento humano.

A Bíblia é moderna e atual. Bíblia consegue explicar temas atuais e contemporâneos: autoritarismo e totalitarismo do poder estatal e dos governos; adultério, incesto e homossexualismo; fome e miséria; capitalismo e socialismo: medicina e milagres; entre outros.

Crítica dos pós-modernos...

Filósofos e sociólogos da pós-modernidade, sempre fragmentários e profanos, criticam a metanarrativa da Bíblia. Não acreditam que apenas um livro possa explicar a Humanidade. Chamando a Bíblia de Metanarrativa e de livro de histórias antigas sem sentido algum.

Só lembrando...

Se os católicos não tiram a Bíblia da estante, os evangélicos e protestantes não tiram a Bíblia de baixo do braço, sempre suada e amarelada.

Túnel do Tempo...

Que fim levaram as bíblias em latim, com que os padres católicos celebravam suas missas latinas?

É o novo!

Novarussense das antigas diz possuir uma versão em hebraico da Bíblia Sagrada, escrita há muito tempo.

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Colunista: Professor Tim é cientista político e estudioso da Bíblia.