Muitos não acreditam que o Deuses ou os vários deuses cultuado/adorados pela Humanidade moram no Céu ou no espaço sideral. Até pode ser Deus (monoteísta do Cristianismo) um pensamento abstrato-metafísico celestial/espacial, mas sua construção é humana na Terra.
É o que venho refletir no 1º Tratado de Historicidade Teológica.
Para começar. Há várias teorias de filófosos/físicos/psicanalistas marxistas/existencialistas de estabelecer uma conexão entre a criação de Deus ou deuses como uma forma de dominação de determinadas classes sociais sobre outras.
Assim ocorreu no caso da criação dos principais deuses hinduístas pelas castas dominantes. Brahma e Vishnu, nascido da cabeça dos Brâmanes (sacerdotes letrados), são usados como recurso ideológico e teológico para escravizar os Dhalits -ou párias indianos nascidos do suvaco deles.
Mais ou menos na mesma época do nascimento dos deuses da Índia, em Israel, com o objetivo de unificar as tribos e manter uma monarquia divina do Rei Davi, os hebreus considerados como povo eleito de uma divindade abstrata celestial, criaram o Deus Onipotente, Onisciente e Onividente -adorado até hoje pelos cristãos católicos e evangélicos.
Um Deus que tudo vê, que tudo pode, que tudo sabe.
Um Deus perfeito no controle de tudo.
Nâo apenas os hebreus ricos como povo eleito, mas os ricos dominadores das religiões dominantes e do poder político monárquico, como aconteceu durante a Idade Média. As elites da Europa, da América e de outros continentes usaram o divino divino dos reis para ficarem donos do poder e do dinheiro.
Fizeram isso com ajuda dos cruzados militares e das religiões de dominação e de conformação. Os pastores evangélicos e os padres católicos sempre falam que são pastores de rebanhos de ovelhas -animais sempre conformados e que nunca se revoltam.
Ovelhas religiosas, como são os pobres religiosos, que aceitam o fatalismo da pobreza em achar que o sofrimento deles é porque Deus quer e assim determinou. Determinismo teológico de criar uma teologia que possa alienar os mais pobres da riqueza e dos bens materiais. Pensando apenas na vida eterna transcendental.
Repetindo o mantra da religiosidade proletária que é "um camelo passar num buraco de agulha do que um rico avarento entrar no Reino dos Céus". Uma filosofia teológica sempre repetida pelo proletariado religioso sobre a primazia deles de levarem uma vida de sofrimento na Terra para ganharem o galardão celestial.
É o que Nietzsche chamou Deus fraco do Cristianismo para perpetuar a pobreza material e moral na Terra em torno dos instintos mais primitivos. E que Karl Marx em seu materialismo histórico, diferente um pouco de Nietzsche, chamou de o ópio do povão mais lascado.
Hà um uso sistemático de Deus para a manutenção do sistema social de exploração e dominação. A burguesia, com seus sacerdotes, jogam para o Deus abstrato a solução dos problemas como falta de chuva, fome e miséria, desemprego estrutural, epidemias e doenças diversas.
Chamados isso tudo de flagelos de Deus.
E as pessoas mais simples repetindo séculos após séculos:
Aconteceu assim porque Deus quis!
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Autor do artigo: Professor Tim é cientista político e blogueiro!
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