quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Artigo macroeconômico do Blog Professor Tim sobre a questão da carestia dos alimentos no Brasil!

 De Cabral a Bolsonaro: explicando carestia de alimentos no Brasil!
Tenho recebido muitas reclamações de preços abusivos nos produtos básicos alimentares e outros cobrados no comércio e outros setores.
Feijão a R$ 8, arroz 5 reais, óleo 10; pão de 50 centavos, carne bovina a 25 o kg...frango de granja a 15, água mineral a 3 reais, entre outros produtos custando os olhos da cara...
O que deixa as famílias pobres com as panelas vaziasimagem.
Os que reclamam não entendem muito a questão macroeconômica e estrutural. Colocando a culpa apenas no Corona ou nos comerciantes.
Foi por isso que eu estou escrevendo com o presente título acima. Colocando que, desde Cabral (que importou o bacalhau podre e superfaturado de Lisboa), por conta das sesmarias concentradoras de terras, até Bolsonaro, o maior financiador do agronegócio, existe carestia nos alimentos no Brasil.
E o próprio agronegócio monocultor dos ciclos da monocultura agroexportadora (cacau, café, borracha); é um dos principais responsáveis. Os grandes latifundiários/agronegócio dominam a produção externa e interna.
Primeiro. Agronegócio concentra as terras para produzir apenas as commodities sem valor agregado (soja, laranja, trigo).
Segundo. O mesmo agronegócio domina a produção do mercado interno consumidor. Ex: produtores de arroz do Rio Grande do Sul vem deixar carretas arrozeiras em Nova Russsas saindo muito caro o frete e encarecendo.
 Existe pouca produção interna de alimentos no Brasil, por conta de vários fatores: latifúndios improdutivos, falta de créditos para os pequenos produtores, carência de infraestrutura e sistema ferroviário etc.
Outro fator fundamental na carestia de alimentos é a alimentação industrial das grandes indústrias multinacionais (Nestlé, Sadia, Danone) que impõem a alta de preços dos alimentos vendidos nos supermercados.
Alimentos caros e cancerosos.
A solução seria aumentar a produção de alimentos diversos (arroz, feijão, frutas, legumes, verduras) nas mais diversas regiões do Brasil.
Aumentando-se ainda a produção de animais e de seus derivados: galinhas/ovos caipira, porcos naturais e tantos outros para alimentar a população.
A música "saco de dinheiro", como cantou Alcione e Beth Carvalho, para comprar um quilo de feijão ou um quilo de arroz.
Tudo culpa do nossos sistema macroeconômico dominado pelo sistema financeiro, pelos grandes bancos, pelas grandes multinacionais e as maiores empresas industriais, firmado desde o pacto colonial e a vontade estrangeira de não industrializar o Brasil.
Esse negócio da economia brasileira vender apenas "commodities" (alimentos e produtos naturais sem valor agregado, ou seja, sem industrialização), por um lado, aumenta o déficit a nossa balança comercial na compra de badulaques tecnológicos: telefones celulares (da Nokia), de computadores (da Microsoft), de carros de montadoras dos EUA e da Europa, de produtos duráveis de empresas multinacionais.
Se não parar a carestia, vai ter que levar um saco de dinheiro para comprar o que comer.
E pode é fabricar notas de 200!

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Autor do artigo: Professor Tim é cientista político e blogueiro.

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