quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Ensaio do Blog Professor Tim do novo querendo matar o velho.

 Não há outra verdade: o novo quer destruir e matar o velho na dialética da vida humana, mesmo no Dia Mundial do Idoso!
O conflito dialético se dá nas lutas e nas guerras de gerações. O mais novo, as gerações mais novas, sempre, sempre, querendo destruir as gerações mais velhas. Os idosos.
Mesmo no Dia Mundial do Idoso. Hoje: 1º de outubro

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É a razão existencial e biológica da dialética violenta entre gerações diferentes que uma obra literária explica muito bem.
Caso do livro "Incidente em Antares"Resultado de imagem para fotos e imagens do livro incidente em antares, obra clássica do escritor Érico Veríssimo -cujo enredo principal é a greve de coveiros que se negam a enterrar os mortos ilustres de uma cidade do interior gaúcho (Antares), sendo que a narrativa de Quitéria Campolargo explica como o novo quer matar social e biologicamente o mais velho:
"Quando chegou em sua casa, em espírito, viu e observou seus jovens filhos e netos brigando pela posse de suas joias e de suas riquezas, acreditando que os mais novos desejam as mortes dos mais velhos não apenas como uma fatalidade biológica, mas como uma obrigação social".
Tudo porque a velhice (acima de 60 anos ou Terceira Idade) é considerada uma frase da vida improdutiva, patológica, socialmente grave e bem próxima da morte e do fim da vida.
Algo que o novo não aceita de forma alguma. 
Maioria dos fatos sociais e humanos são de devoção ao novo e às gerações mais novas. A chegada de um neto ou de um bisneto vira festa total.
Ao mesmo tempo, os avôs e os bisavôs, muitas vezes, são segregados em hospitais ou em manicômios para interdição psíquica -visando-se apenas a morte social deles antes da biológica, ou ficarem com seus bens patrimoniais.
Até mesmo na Esquerda, o velho é discriminado. Che Guevara falava em Novo Homem e na nova política para trazer as novas mudanças revolucionárias. 
Mesma coisa que fala o Presidente Bolsonaro com sua nova política de quebrar as velhas tradições políticas dos velhos caciques do poder patrimonialista.
Assim também é no futebol quando os veteranos são trocados por jogadores mais jovens, nas novelas com a troca de atrizes velhas por mais jovens, no jornalismo com a substituição dos mais experientes pelos focas.
Termino, até na questão da experiência, com uma frase ontológica do genial dramaturgo Nélson Rodrigues:
"Jovens, envelheçam".
Mas envelheçam com sabedoria.
E...Viva o Dia do Idoso!
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Ensaísta: Professor Tim é cientista político e blogueiro.

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