sábado, 26 de dezembro de 2020

Artigo-Tese do Blog Professor Tim sobre o patrimonialismo familiar nas Prefeituras da região!

 Artigo-Tese: Prefeituras como governança patrimonialista e o Estado como extensão do núcleo familiar!
A expressão patrimonialismo é do sociólogo Raimundo Faro. Implica misturar o público e o privado nas relações institucionais e de poder. 
Faoro explicou isso bem melhor em "Os Donos do Poder" -um clássico da sociologia brasileira.
As prefeituras de nossa região, com raras exceções, praticam o chamado patrimonialismo. As relações públicas se confundem com práticas privadas no exercício da atividade administrativa. Muitas vezes, os prefeitos encontram dificuldades para separar o que seja público do privado, ou na leitura bíblica, o joio privado do trigo público.
Outra característica de nossas prefeituras é a visão de estado municipal como extensão do núcleo familiar do prefeito de plantão. Maioria dos prefeitos não apenas colocam parentes em secretarias como também indicam pessoas de suas famílias para sucederam nas eleições municipais.
Municípios que se transformam em verdadeiras capitanias hereditárias.
O prefeito de Ararendá, Aristeu Eduardo, indicou e elegeu o sobrinho Alexandre prefeito diplomado; e sua esposa, Rachel Eduardo, pode ser eleita futura presidente da Câmara. 


Projetando uma dominação hegemônica nos dois principais poderes da República: Poder Legislativo e o Poder Executivo.
O prefeito Sérgio Rufino, do PC do B, que é tão comunista quanto o Papa Francisco é budista, transformou o Ipu numa dinastia familiar. O irmão Zeca Rufino foi presidente da Câmara durante 8 anos e deve ser novamente, pois foi reeleito. E elegeu o sobrinho, Robério, prefeito ipuense.
Granja, perto do Camocim, virou um núcleo dinástico dos Arruda sob o comando de Romeu Aldigueri. Primeiro elegeu a sobrinha, e, agora, elegeu a esposa para governar Granja. E o Presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque, elegeu a filha Aline para prefeita de Massapê -cidade que já tinha sido governada por seu filho AJ.
Em outros municípios, são famílias tradicionais que governam, ou se revezam no poder: FG (Sobral), Coelho (Novo Oriente), Aguiar (Camocim), Mota (Tamboril), Madeiro (Monsenhor Tabosa), Machado (Crateús), Figueiredo e Braga (Santa Quitéria), Coutinho (Independência) etc.
Tudo em nome do patrimonialismo familiar!
Autor: Professor Tim é cientista político e blogueiro!

Nenhum comentário:

Postar um comentário