terça-feira, 10 de junho de 2025

Análise sobre artigo de Reginaldo Silva: "Ciro, Cazuza e um museu de novidades".


A negação da negação sobre o Tempo não para, Cazuza e Ciro no artigo de Reginaldo Silva...

Sirvo-me do termo acima (negação da negação), de hegel e do hegelianismo filosófico, para construir uma nova síntese na questão dialética e filosófica no artigo do professor e jornalista Reginaldo Silva, buscando uma convergência nos geniais versos de "O Tempo não para" com a rebeldia política de Ciro Gomes

Se a questão for a temporalidade retroativa, quando Cazuza lançou O Tempo não Para (meados dos anos 1980), numa visão crítica contra o sistema político e econômico, Ciro Gomes ainda era do PDS e depois do Centrão do PMDB.

Mais do que Ciro, Cazuza, sim!, tinha uma ideologia revolucionária e socialista para viver, dizendo que a burguesia fede, defendendo a poesia e a música como instrumentos de consciência e de revolução social.

A rebeldia política e econômica de Ciro contra o sistema imperialista, muitas vezes, um mero exercício retórico, na prática, não tem sentido. Foi Ministro da Fazenda obedecendo à banca financeira internacional, à banda cambial e as metas inflacionárias neoliberais do mercado global durante o Plano Real.

O Ciro rompeu até com o discurso das perdas internacionais do Brizola para se aliar a gente do tipo Lupi, que esteve à Direita do Brizolismo.

Portanto, Ciro e Cazuza podem até se encontrar nos versos de "O Tempo Não Para".

Mas o Cirão está longe de parar a burguesia para ser um Cazuza da transformação social, está mais para um museu político de velhas novidades.

Sim, o Ciro é um derrotado, pelo menos pra Presidente da República, os dados já foram rolados, sem chance alguma.

Ah, bom!: a não ser Governador do Ceará.

Leia o artigo do RS na íntegra.

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Ciro, Cazuza e um museu de novidades. Por Reginaldo Silva

 No Fórum “O Otimista Brasil”, em São Paulo, Ciro fez duras críticas a polarização política do país. Em 2022, um dos jingles na campanha à presidência da República do ex-ministro e ex-presidenciável intitulava-se: “A Rebeldia da Esperança”. Ciro mantém a mesma rebeldia ao sistema político brasileiro, não só por suas últimas derrotas, mas por seguir sendo incompreendido na essência de sua mensagem.

Cazuza, um dos maiores ícones do rock nacional na década de 80, vivia um drama pessoal naquela época, após ser diagnosticado com AIDS, nos primeiros anos em que o país vivenciava a ruptura da Ditadura Militar e a implantação do regime democrático.

No fim da década de 80, Cazuza lançou a música “O Tempo Não Para”, que faz alusão ao seu drama pessoal e traz uma crítica cortante ao sistema político vigente, que vivenciava a recente redemocratização do Brasil. Por meio da arte, Cazuza expõe sua rebeldia contra a corrupção, o preconceito, a desigualdade, a hipocrisia e a violência; fatos predominantes na vida do país naquele período.

Ciro e Cazuza se encontram nos dias atuais nos versos de “O Tempo Não Para”.

Durante o 5º Fórum O Otimista Brasil, Ciro Gomes apresentou uma análise detalhada e provocadora sobre o futuro político do país, dizendo, em outras palavras, que vê “o futuro repetir o passado e um museu de grandes novidades”. A crítica de Ciro à polarização política do país se encontra nos versos de “O Tempo Não Para”, num cenário em que, o que se apresenta como novo, não passa de uma releitura do velho.

E não para por aí. No auge da luta contra a AIDS, Cazuza teria sido impedido de entrar em uma piscina pública por conta da doença, devido à falta de conhecimento sobre a síndrome naquele período. A frase “a tua piscina está cheia de ratos” tem relação tanto com a vida pessoal do cantor quanto com o símbolo da hipocrisia da elite brasileira que se deleitava com o sistema de corrupção do país. A rebeldia de Cazuza contra essa elite que comandava o poder também é vista nos posicionamentos de Ciro hoje, numa luta constante para tentar ser compreendido.

Cazuza dizia: “dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão, da caridade de quem me detesta”. Ciro segue o mesmo périplo: criticado por ambos os lados da polarização política, sem apoio para voltar ao cenário nacional, incrédulo com o sistema político, mas esperançoso com uma virada no Brasil, continua sonhando que um dia sua mensagem seja compreendida.

No ano da primeira eleição direta do Brasil, após a Constituição de 1988, com uma pluralidade de candidaturas, Cazuza disse em uma entrevista que há uma mensagem de esperança na música “O Tempo Não Para”: a de que o tempo iria vencer. Ciro, mesmo vivendo em tempos diferentes de Cazuza, acredita que essa rebeldia vale a pena, por isso mantém esse grito de esperança e resistência, acreditando que a passagem inexorável do tempo, mesmo quando a situação parece estagnada ou em estado de crise permanente, há de florescer dias melhores.

A rebeldia da esperança de Ciro segue com suas críticas e análises dos cenários da vida política brasileira. Mas se você achar que Ciro está derrotado, “saiba que ainda estão rolando os dados”!

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