Tributo póstumo de Júnior Bonfim a Maria Olívia: Matriarca da Pátria dos Bonfim Bezerra...
Numa crônica póstuma, o intelectual e advogado Dr. Júnior Bonfim escreveu sobre o chamado de Deus. Chamando a escritora Maria Olívia, autor de Bonfim&Bezerra: clássico literário sobre as duas divinas famílias crateuenses.
A literatura da literatura sobre a árvore genealógica dos Bonfim Bezerra, a partir de uma pesquisa de grande fôlego, durante longos anos, buscando as raízes familiares que se ergueu na beira do Rio Poty e espargiu frutos por todo o mundo, como disse Bonfim.
Livro, que se fez rima, pátria e poesia.
No território patriótico deles.
A amada Crateús dos Bonfim Bezerra.
________________________________________________________________________________
MARIA OLÍVIA
O
corpo de Maria Olívia Beserra Macedo subiu ao céu hoje. Maria Olívia! Maria, a soberana senhora. Olívia, referência às oliveiras e azeitonas, que guardam associação à paz, à dignidade, à fortuna e à beleza.
Há quinze anos Maria Olívia doou à nossa família um patrimônio imaterial imorredouro. Uma obra preciosa e primorosa: o livro “Bonfim e Bezerra – no início uma só família”. Trata-se de uma peça de fôlego, que consumiu anos de ardorosos esforços da autora. Viajou o País inteiro fazendo pesquisas. Estudou cada galho da árvore genealógica da nossa família. Maria Olivia me distinguiu com um convite para escrever a contracapa. Rabisquei o seguinte:
“A primeira tratativa sobre o assunto me veio do Joatan Bonfim. Efusivo e camarada, corpulento e generoso, brindou-me com sua dilatada fraternidade e me fez seu hóspede por uns dias. Em seu habitat, uma ampla cabine na asa norte do avião brasiliense, ele me falou sobre uma faina de pesquisa a respeito da nossa oiticica familiar, uma caudalosa árvore que se ergueu na ribeira do Poty e espargiu frutos por todo o mundo.
Disse que havia colocado esse trabalho nas delicadas mãos de Maria Olívia Beserra Macedo.
Aparentemente frágil, Olivia se revelou prodigiosa nesse lavor. Aliás, nenhuma surpresa foi para aqueles que conhecem sua saga pessoal. Filha de Ester e Josué Beserra Bonfim e nascida na Vitória, pequena localidade à margem do rio Serrote, interior de Crateús, Ceará, tornou-se cidadã do mundo e irmã das condutas exitosas.
Com apenas sete janeiros de existência, atraída pela ternura da tia Nanana, sua avó materna, migrou para Codó, no Maranhão, onde viveu até os vinte e oito anos. Concluiu o ensino fundamental e médio. Tornou-se funcionária do Banco da Amazônia. Em 1973, lá estava ela cursando a Faculdade de Ciências Contábeis na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Data desse período, também, a união por amor com Milton Rêgo Macedo, de quem havia se enamorado em Codó.
Em 1977, por razões profissionais, o casal fixou morada na metrópole da Amazônia, a morena cidade de Belém do Pará. Foi de lá que Maria Olivia comandou esse extraordinário movimento bandeirante, varando fronteiras reais e virtuais, agregando informações dispersas e recompondo a unidade essencial da parentada. Doou-se nessa empreitada com afeto maternal. Com extrema dedicação, singular desprendimento e indizível sacrifício, gestou um rebento coletivo. Com humildade marítima, foi abrindo espaço para fluir cada leito sanguíneo até constituir esse sedutor oceano familiar.
Como Ruy Barbosa, descobriu que, “multiplicando a família, chegamos à Pátria”. Ou que “a Pátria é a família amplificada”. Parabéns, Olívia. Como judeus errantes, vivíamos dispersos pelo continente. Temos agora um espaço único. Teu livro é o nosso território comum: uma Pátria chamada “Bezerra Bonfim”!
Nenhum comentário:
Postar um comentário