O que está ligado no Céu, está ligado na Terra, mas não quando se trata da dialética conflituosa da Humanidade entre o Monoteísmo do Deus (único) e o Politeísmo de vários e até milhares de deuses nos templos diversos.
O Monoteísmo é a crença dogmática num Deus surreal, metafísico, morando no Céu, de acordo com as teologias das principais religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo.
A própria morte de Cristo, filho do Deus metafísico escondido entre as nuvens e fundador do Cristianismo/Judaísmo, foi um conflito grave, pois os hebreus e outros povos não acreditam nas promessas e nas profecias de Cristo como unigênito de um Deus.
Antes, e o Antigo Testamento registra, fanáticos de Moisés na travessia do deserto, cansado de esperar por ele na subida do Monte Sinais e trazer o Decálogo (10 mandamentos) do seu Deus singular, passaram um novo deus: Bezerro de Ouro.
Apenas dois exemplos iniciais de que a dialética de conflitos entre o Monoteísmo e o Politeísmo é muito mais forte do que possa imaginar a nossa vã teologia. Na própria Índia, além dos três deuses principais (Brahma, Vishnu e Shiva), há outros 50 milhões de deuses do Hinduísmo -inclusive o próprio Ganesh, vulgo Deus elefante.
A Magna Grécia não herdou dos indianos apenas a filosofia, mas o politeísmo devasso. Somando-se a Zeus, o Deus de todos os deuses, no panteão divino tinha Deus para todos os fenômenos naturais e características bem humanas:
Eros (Deus do Amor), Hermes (Deus do comércio), Cronos (Deus da agricultura), Poseidon (Deus dos mares), Apolo (Deus das artes), Dioniso (Deus da luxúria), Hades (Deus dos mortos), entre outros tantos outros.
Igualmente parecido o panteão de deuses nórdicos, bem na teologia naturalista, de dar um Deus para cada mistério da natureza. O principal dos deuses da Dinamarca e outros países nórdicos era o poderoso Thor -ou Deus do trovão.
Tantos deuses parecem ter influenciado a Igreja Católica de Roma. Mesmo crendo num único Deus, os milhares de santos e de santas parecem simbolizar um certo apelo politeísta sobre a crença no monoteísmo católico.
Sem esquecer de Mamon, de Oxalá, dos deuses budistas, das divindades xintoístas, de Maíra e outros deuses indígenas fazendo chover e curando todas as enfermidades possíveis dentro e próximo das aldeias indígenas.
Isso não quer dizer que o Deus monoteísta esteja morto, como previu Nietzsche.
Mas o Politeísmo tem um desejo de matá-lo!
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Autor do artigo: Professor Tim é cientista político e blogueiro.
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