sábado, 8 de abril de 2017

Ensaio do Blog Professor Tim sobre os novos pensadores da Esquerda Marxista e não Marxista.

Nem só de Marx e de Gramsci vive o pensamento da esquerda mundial. Conheça os novos pensadores e filósofos da esquerda no mundo contemporâneo!!!
A queda brutal do Muro de Berlim [que dividia as alemanhas em capitalista e socialista] não representou a falência total do comunismo e nem o fim da história, muito menos a abolição do pensamento filosófico de esquerda,  como profetizou Francis Fukuyama -ex-eleitor de Bush [filho] e agora de Obama.
Após a queda do referido Muro de Berlim, em vários países e continentes, surgiram os pensadores e renovadores do pensamento de esquerda, defendendo novos ideais comunistas e esquerdistas. 
Pensadores e filósofos radicalizados contra o marxismo tradicional e ortodoxo, o estruturalismo de Althusser, o ativismo maoísta, as inúmeras formas de trotskismo e o socialismo real.
Filósofos e pensamentos renovadores defendendo várias idéias. Idéias combatendo o fetichismo do partido comunista no poder, condenando o economicismo clássico da economia marxista-hegeliana, defendendo novas concepções de classes sociais e novos paradigmas de produção; a comunidade LGBT, as comunidades indígenas e o meio ambiente; e o Ecossocialismo, novas formas de socialismo etc.
Filho rebento do comunismo de araque do Leste Europeu, nascido na Slovênia,  Slavoj Zizek está renovando o marxismo ocidental. Em torno de complexas estratégias de desconstrução, crítica e resistência discursiva ao lado do reconhecimento de que faltaria ao marxismo clássico uma boa teoria sobre a subjetividade.
Unindo conceitos de Hegel e do psicanalista Lacan [real, simbólico e imaginário], Slavoj Zizek (pronuncia-se Slavói Gijéque) criou e popularizou o conceito de superidentificação [overidentification]. Ou. Tomar as formas simbólicas dominantes e criar revoltas sociais, renunciar a convicções extremadas e voluntarismos ideológicos, criticar a oposição tradicional entre Estado e Sociedade Civil do pensamento de Gramsci.
Outra tese de Zizek é a defesa da mitologia histórica de somar o socialismo do empreendedor [socialismo de mercado] com o comunismo tradicional marxista da classe universal. Indicando que, teoricamente, Zizek vai de Marx a Hegel.
Mesmo não sendo filósofo militante disposto o renovar o cânone marxista-leninista-hegeliano, o filósofo italiano Giorgio Agambem constitui certamente um desses pensadorews que, ppr meio de refinada e contundente investigação teórica, termina por apontar certos pontos mal resolvidos na história recente e, ao submetê-los à crítica, abala alguns concnsenso que aprecem se erguer às nossa frente como verdades incontestáveis, que parecem se erguer à nossa frente.
Quando publicou, na Itália, a obra Homo Sacer (1995), Agambem talvez não imaginasse que esses eventos premonitórios, isto é, o uso do estado de exceção como instrumento de governo transformando-o em norma, se espalhariam tão rapidamente mundo afora, tudo após os atentados terroristas de 11 de setembro e a reação violenta do imperialismo estadunidense.
Agambem identifica nos atos do soberano o significado biopolítico do 'estado de exceção', isto é, ao tomar um indivíduo como suspeito, o poder do soberano retira-o da ordem jurídica e atua contra ele tão somente segundo o seu interesse. 
Alan Badiou, em seu ensaio Ética: um ensaio sobre a consciência do mal, Compêndio de Metapolítica, é um filósofo que, aos poucos, firmou-se como referencial teórico nos debates sobre a renovação do pensamento de esquerda. 
Para Alain Badiou, totalizante, a crítica ao capitalismo para o sofrimento social não deve ser apenas ideológica e economicista. A injustiça social, a fome e a miséria capitalistas tem raiz ontológica na incapacidade de formação e determinação dos sujeitos. Resultante da formação do Eu nos aparelhos ideológicos do estado capitalista. 
Badiou, ainda coloca, que não existem relações entre nação, Estado e povo. Nem a nação enquanto imaginário da etnicidade, nem o Estado enquanto aparato jurídico-legalista-institucional estão aliado ao povo e à massa. 
Ele ainda trabalha as dimensões do imaginário [dimensão das imagens ideais ou desejos que guiam os homens], o Simbólico [dimensão das estruturas sociais, ou construção e aquisição da linguagem] e o Real -definido as experiências subjetivas concretas não simbolizadas ou colonizadas por imagens, mas que não pode ser explicado por palavras. Explicando o gozo da eternidade capitalista.
Respirar, desejar, amar e viver da Teoria Queer. Conceitualmente. Teoria Queer, defendida pela filósofa lésbica [sapatona] Judith Butler é uma nova teoria filosófica e esquerdista pregando ativismos diversos no campo da sexualidade LGBTT. Defesa radical do comunismo homossexual, transsexual, intersexo e outros.
Judith Butler politiza a questão sexual e de gênero. Butler condena o sexismo e o patriarcalismo da sociedade dominante, e as explicações de parentesco e oposição binária na formação da sexualiade humana. Trabalha ainda o conceito de intencionalidade e preformatividade, para justificar que o homossexualismo é normal e que gay não é doido.
A filósofa Chantal Mouffe defende a condição humana na modernidade dentro da democracia radical e da metafísica da presença -respeitar as diferenças entre os seres humanos.
De tal modo, assim, para além da racionalidade moderna, Chantal Mouffe une o sujeito incompleto da experiência psicanalítica e a idéia derridiana da diferença. Sendo que o individualismo associal e econômico supera o comunismo e o coletivismo gregários. Paradoxo democrático sem soberania popular.
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Antonio Negri e a filosofia prática do comunismo que virou uma multidão em comum...
Esquerdista sectário das Brigadas Vermelhas, grupo terrorista acusado de ter matado o primeiro ministro, Aldo Moro, o filósofo Antonio Negri criou uma nova tese filosófica esquerdista: Multitude ou Multidão.
Multidão ou Multitude analisa o pós-marxismo da descentralidade operária da classe operária fordista após queda do Muro de Berlim. Melhor dizendo. Império, Multidão e Comum são os três livros de Antonio Negri.
Em Império, a crise do sistema capitalista e do estado-nação, bem como sua divisão hierárquica entre o centro e a pereiferia capitalistas, entre o que está dentro e o que está fora, é colocada em uma nova perspectiva: soberania supranacional que funciona como um não lugar que não tem mais um fora, uma redxe de poder descentalizada e desterritorializada.Ou seja, o inimigo capitalista está em todos cantos, muito difícil de ser dominado e vencido.
Em Multidão, o poder capitalista é visto em suas dimensões produtivas, justamente desde o ponto de vista das novas configurações das forças produtivas na passagem do fordismo ao pós-fordismo (precarização das relações de trabalho sem carteira assinada, terceirização, quarteirização etc.).
Por um lado, a crise do paradigma disciplinar (baseado no chão de fábrica) se desdobra em poder de controle sobre uma produção cada mais mais difusa nos territórios das redes sociais. Por outro lado, por trás da fragmentação social que a reestruturação determina, o trabalho vivo encontra uma centralidade que torna absoletas as tradicionais divisões e oposições entre entre trabalho vivo e trabalho morto, produtivo e improdutivo, concreto e abstrato, sobre as quais se organiza a Lei do Valor (a acumulação).
Em Comum, sob os termos Cupiditas e Conatus,  o trabalho constituinte aparece como produção do comum a partir do comum. Uma vez desdobrada a crise da soberania dentreo das dimensões consittuintes de um trabalho que -quebrando e invertendo a disciplina fabril-, podem reformular a questão da política em termo de atualidade do comunismo que se torna comum.
Ou comunismo dos operários e do lumpemproletariado, dos negros, dos homossexuais, dos indigentes, dos excluídos, dos fumadores de crack nas cracolândias da vida etc. 
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Ensaísta é filósofo existencialista e é ativista e militante do pensamento de esquerda.

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