Na visão das artes, o corpo humano é um espaço artístico privilegiado. Todos os agrupamentos humanos usam seus corpos para determinada propaganda: política, ideológica, social ou de qualquer outra natureza.
Os presos, mesmo trancafiados e privados de liberdade, não são diferentes.
Cruz com vela no chão é a tatuagem dos elementos e bandidos de alta periculosidade, mandando alguns para o cemitério.
Em tempos de delação premiada e da alcaguetagem na Lava Jato, a tatuagem de uma cobra simboliza os dedos duros e os traidores dentro do sistema prisional.
Saci com Cachimbo é a tatuagem oficial dos traficantes e dos viciados em drogas, com poder ou não dentro do sistema penitenciário. E a mulher nua com a genitália à mostra, quer dizer drogados injetáveis.
Para os gays e efeminados dos presídios, a tatuagem de um São Sebastião trepassado por flechas, indica ser um homossexual passivo.
Uma das tatuagens mais sombrias é a da morte com a foice, simbolizando a tatuagem dos justiceiros e de militantes de grupos de extermínio -ligados ou não ao aparelho de Estado.
Quando algum preso tatua uma sereia, é o mesmo que dizer que ali tem um duzentão: acusado de crime de estupro e outros crimes de natureza sexual.
Estrela de cinco ou seis pontas, em qualquer unidade prisional, indica um criminoso potencial ou em série. E os raios duplos, ou número 88, é defensor do nazismo.
Quando a tatuagem indicar pistola no peito e jesus cristo tatuado na perna, indica que aquele elemento tem envolvimento com assaltos à mão armada.
Quando aparecerem na cadeia, tatuagens com palhaços ou coringas em várias partes dos corpos, podem ter significados diversos: justiceiros, assassinos de policiais, acobertador de crimes de outros criminosos etc. etc.
Carpa é um símbolo de que o bandido está subindo na organização criminoso. Símbolo da ascensão social e profissional dentro do crime.
Caveira trepassada por um punhal, tatuada assim, indica um assassino ligado a milícias e grupos de extermínio de grande maldade. Assassinados frios e calculistas.
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Autor do ensaio: Professor Tim é cientista político e blogueiro.
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