quinta-feira, 16 de junho de 2022

Postando discurso imorredouro e imortal de Júnior Bonfim na posse da ALC!

 Tudo passa, mas tua palavra não passará: Viva a Palavra Imorredoura e Imortal de Júnior Bonfim na sua posse na ALC!
Faz exatos 7 anos em que a palavra de Júnior Bonfim, que, como semeador literário fez germinar o sodalício de imortais das letras crateuenses, se tornou imorredoura e imortal! Imortalizada em seu discurso célebre de posse na mais literata e erudita Arcádia Literária do interior cearense: Academia de Letras de Crateús, a ALC.
Um discurso imorredouro, bela peça de retórica, expressões verbais dos maiores tribunos, disse Júnior, com sua alma lavada na estação telúrica dos seus imortais eruditos na estação telúrica da ALC, produzindo livros de grande expressão da literatura: de gêneros variados e diversos.
Sua primeira palavra, bem inspirada, peito transformado numa cachoeira poética louvando ao Escritor Superior, exaltando a culminância da sua arcádia primordial, para com uma gratidão da emoção e da paixão pelos livros, explodir feito o perfume do mufumbo, explodir no roçado do nosso coração.
Na segunda caverna, crítica a caverna tecnológica do Homem conectado pós-moderno, que, semelhante à de Platão, se amalgamam no paradoxal, mas não produz um "software" espiritual, ou seja, abrir seu íntimo para receber e dar comunhão, amar o próximo nas variadas dimensões da alteridade.
A terceira palavra é um recado aos acadêmicos.
Façam como os elementos sagrados da Natureza (água, ar, fogo, terra), após cruzarem o pórtico invisível da Arcádia, resgatem a alegria e propaguem a paz.
Até porque a imortalidade acadêmica é ilusória e vã.
Expressão que não é dele.
Mas de Olavo Bilac. Como cita seus versos.
Lutai, acadêmicos, pela palavra imorredoura!
Assim seja sempre!
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LUTAI PELA PALAVRA IMORREDOURA!
Permitam-me que, em deferência à brevidade, diga apenas três palavras, até porque hoje queremos mais festejar do que discursar.
A primeira: quero compartilhar com vocês a exultação da alma! Tive a graça de apalpar a semente original que fez germinar este Sodalício. (Às vezes sou indagado a respeito da fundação desta Academia. Ou, quem seria o fundador? Esta é uma obra coletiva, não uma construção individual. Logo, fundadores são todos os que assinaram a ata de fundação. No máximo, existiu um idealizador. E se a mim coube esse lampejo, essa provocação inicial, deixemos que escape pelo córrego da despretensão).
O que vale registro, o que há de constar em ata, o que merece ir para os anais, o que comporta arquivo é o auspicioso fato de que este Sodalício, em apenas seis anos, se firma como o mais eloquente, o mais expressivo, o mais reluzente patrimônio imaterial dessa estação telúrica dita pelo nosso Presidente Raimundo Cândido como Ribeira do Poty.
Por isso, nesta noite memorável sinto vontade de transformar o peito em uma enorme cachoeira poética para derramar cristalinas estrofes de louvor ao Escritor Superior por nos dadivar com este momento memorável. A nossa Arcádia chega ao pé da serra da culminância. Gratidão é o nome do sentimento que, feito o perfume do mufumbo, explode no roçado delicado do nosso coração!
A segunda palavra é sobre o momento atual. Vivemos a mais extraordinária e desafiadora era da caminhada humana.
Diferentemente da caverna de Platão, quando a treva não dialogava com a luz, na caverna pós-moderna elas se amalgamam na mesma cacimba paradoxal. O homem atual tem o universo armazenado em um pequeno aparelho, mas sofre a angústia de não saber se programar para receber um software espiritual ou - pasmem! - abrir o mais íntimo de si mesmo para a comunhão fraterna.
Na mata de concreto da tensão ou no descampado das inquietações da alma, surge o desafio da lavratura de um édito libertador. Essa a missão que nos impõe a ferrovia do amor!
E aqui vem a minha terceira e derradeira palavra: sobre o papel dos acadêmicos! Vocês, que hoje cruzam o pórtico invisível desta Arcádia, que solenemente prestaram o juramento de água e terra, de fogo e ar, saibam que carregam doravante o dever sagrado de contribuir para o conserto planetário, para o resgate da alegria e para a propagação da paz!
Não se envaideiçam com a imortalidade acadêmica; ela é ilusória e vã. (Alias, sobre o fato de chamarem acadêmico de imortal, bem explicou Olavo Bilac: "sem pão, sem lar, sem conforto/ o acadêmico, afinal,/ não tem aonde cair morto/ por isso que é imortal"...).
Lutai, pois, pela imortalidade literária, aquela que os tornará instrumentos da mensagem permanente, da palavra imorredoura, da escritura que homenageia os fonemas do infinito.
Concluo com uma rogatória, uma súplica especial a Sarasvati, deusa dos antigos Vedas ou, na mitologia grega, Minerva, divindade tutelar dos poetas, intelectuais, escritores e músicos, bem como encarnação da sabedoria, da razão e da pureza divina.
Que ela vos abençoe e vos guie nesta empreitada sob a reitoria do Espírito!


Muito obrigado!
(Júnior Bonfim, na solenidade de posse dos novos acadêmicos da Academia de Letras de Crateús – ALC – no Teatro Rosa Moraes, em 13.06.2015).

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