Ao começar citando a marca digital fundamental do marketeiro virtual Steve Bannon na eleição do então Presidente Donald Trump ("outsider", forasteiro político no Partido Republicano), Reginaldo Silva começa a responder e a esclarecer seu exercício de futurologia do Bolsonarismo no Ceará, em monumental e futurista artigo político que escreveu e postou em Seu "Site" (Ceará Notícias).
A explicação, no caso, das redes sociais e da Internet por meio de seus aplicativos e outras ferramentas fundamentais nas eleições de Trump, EUA, Bolsonaro, Brasil, em nome dos valores conservadores e de uma anti-política total contra o sistema tradicional de fazer política nos acordos, nos diálogos, nos conchavos, no respeito às instituições e a liberdade partidária sem revanchismos ideológicos e sem insultos de toda natureza.
Mas contra os políticos extremistas das redes sociais e do Youtube, com uma virulência sem limites, com a mesma habilidade do Sargento Garcia sobre o Zorro, o Presidente Bolsonaro encontrou resistências no PL, por conta da oposição de caciques tradicionais: exemplo de Valdemar da Costa Neto e outros, simbolizando o Centrão fisiológico e financeiro, adversário da linha bolsonarista conservadora e radical da NET.
Como disse Reginaldo, a tal divisão chegou ao Ceará. Caso da divisão entre bolsonaristas radicais tipo Carmelo Netot e André Fernandes, em choque com lideranças mais moderadas e da visão tradicional de fazer política, como é o caso do respeitado Prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves.
Parece ser nebuloso, diz, o futuro político do Bolsonarismo no Ceará, mas esquecer de citar o choque judicial das quatro cassações de deputados estaduais, que praticamente extingue a ala bolsonarista na Assembleia.
Parece que o futuro do Bolsonarismo no Ceará é não ter futuro.
Pelo menos enquanto o PT tiver no poder.
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O futuro do bolsonarismo no Ceará. Por Reginaldo Silva
Por Reginaldo Silva- Professor, Radialista e Jornalista
Para entendermos o futuro do bolsonarismo no Ceará, é preciso uma rápida contextualização. A extrema direita ganha força no Brasil com a eleição de Donald Trump. O estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, torna-se um guru da ascensão de Bolsonaro ao Palácio do Planalto.
Candidato pelo partido nanico do PSL, Jair Messias Bolsonaro, capitão reformado do Exército Brasileiro, torna-se o 38º presidente do Brasil. Pouco tempo depois, rompe com a legenda, tenta fundar o Aliança pelo Brasil, fracassa no objetivo de formação da nova sigla e embarca no PL de Valdemar Costa Neto.
O casamento entre Bolsonaro e Valdemar foi puro negócio. Um de olho no robusto fundo partidário, o outro com o objetivo de atrair o centrão para garantir sua reeleição. Foi um negócio perde-ganha, onde só um saiu vencedor.
No pós-eleição, duas correntes do Partido Liberal, disputam espaço, uma ligada ao presidente da sigla, mas preocupada com os interesses partidários e financeiros e a outra mais ideológica ligada a pauta conservadora e defesa intransigente de Bolsonaro como líder maior na nação brasileira.
Neste contexto nacional, o Ceará segue na mesma linha de divisão entre os dois maiores nomes da legenda. O PL cearense tem uma ala mais moderada, liderada pelo presidente da agremiação no estado, prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, que tem maior ligação com Valdemar Costa Neto e a outra, pelas jovens lideranças mais votadas no Ceará, deputado federal André Fernandes e deputado estadual, Carmelo Neto, estes mais ligados a Bolsonaro.
Na esteira do presidente Bolsonaro, o PL do Ceará cresceu muito, devido a fartura de recursos enviados pelo presidente para o estado, que irrigaram deputados e prefeituras ligadas diretamente a legenda. Em 2020, o PL fez 12 prefeituras e assumiu completo domínio na Região Metropolitana de Fortaleza. A ideia era dobrar ou triplicar o número de prefeitos em 2024, incluindo a prefeitura da capital cearense, caso Bolsonaro tivesse sido reeleito. Em 2022, o número de deputados estaduais e federais também tiveram crescimento meteórico.
Com a derrota de Bolsonaro, O PL do Ceará vive um dilema, quatro deputados estaduais da legenda perderam o mandato por fraude à cota de gênero nas eleições de 2022, em uma decisão inédita do Tribunal Regional eleitoral do Ceará. Os parlamentares irão recorrer da decisão para o TSE, mas o futuro parece incerto.
No cenário federal, a ala mais ligada a Valdemar Costa Neto, vem tentando sobreviver sem a fartura de emendas do governo anterior, inclusive, votando a favor de matérias de interesse do presidente Lula, enquanto a ala ideológica ligada a Bolsonaro pede punição para os desertores.
Na cerimônia de posse do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, desembargador Raimundo Nonato Silva Santos e do vice-presidente, desembargador Francisco Gladyson Pontes, Acilon Gonçalves, presidente do PL no estado, ficou mais próximo da roda politica de Ciro Gomes, Sarto e Roberto Cláudio, sinalizando, mesmo que ainda distante, onde poderia ter maior afinidade no futuro próximo.
Caso o PL adote a linha mais bolsonarista, André Fernandes pode sair candidato a prefeito de Fortaleza para tentar manter a sigla viva no estado. Já a ala mais moderada ligada a Valdemar poderá buscar composição com alguma legenda que seja contrária ao projeto petista no estado.
Capitão Wagner que teve o apoio da sigla na eleição para o governo em 2022, parece também distante dos interesses do bolsonarismo em relação as eleições municipais de 2024, o ex-deputado federal, recentemente, recebeu críticas da ala mais ideológica de Bolsonaro.
O futuro do bolsonarismo no estado, ainda parece nebuloso. Quanto aos avanços da legenda, sonhados com a reeleição de Bolsonaro, estes ficaram mais distantes, podendo inclusive perder mais terreno para o PT, que agora detém o poder da caneta e, deve decidir em um futuro breve, se tem disposição de se reconciliar com as forças derrotadas, ou avançar nas alianças com os aliados de primeira ordem.
Os ventos da política tem seus caprichos!
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