Reginaldo busca inspiração e analogia na Ilíada para tentar justificar a união de Roberto Cláudio com bolsonaristas...
"A Ilíada", de Homero, mais precisamente no capítulo do retorno do herói Aquiles à Guerra de Troia, após a morte de Pátroclo. Sendo que o poema bélico-histórico e mundializou a fama da guerra violenta entre Esparta e Atenas, termina antes do final dela, numa narrativa alegórica dos funeraís de outro grande herói: Heitor.
Na questão do retorno de Roberto à arena de guerra política contra o PT, disputando com apoio de bolsonaristas e de antigos adversário, Reginaldo entende o motivo determinante ser uma série de derrotas que Roberto sofreu nas disputas contra o Partido dos Tralhadores, basicamente nas últimas eleições: estadual e municipais.
Mas, no mesmo diapasão da Ilíada quanto a seu desfecho, o autor, também, revela que haverão muitas surpresas.
Resta saber: qual dos personagens de Ilíada segue o figurino de Cláudio?
Aliança Wagner, Roberto Cláudio e Bolsonaro: Os fatos determinam a tomada de decisões políticas. Por Reginaldo Silva
A morte de Pátroclo determinou a volta de Aquiles à Guerra de Troia. O fato foi preponderante para o retorno do guerreiro ao combate, simbolizando a ruptura de seu orgulho e o início da sua tragédia pessoal.
A política, como a guerra, é feita de fatos que moldam as atitudes e decisões, de acordo com o sentimento do último acontecimento.
A raiz do rompimento de Roberto Cláudio com o PT ocorreu em 2022, quando ele venceu a batalha no PDT para sair candidato ao governo do Estado e houve o rompimento da aliança com os petistas. Naquela ocasião, Roberto Cláudio e Capitão Wagner foram derrotados no primeiro turno da eleição por Elmano de Freitas. Ali começava o antipetismo de Roberto Cláudio e a aproximação com Capitão Wagner, também adversários históricos.
Dois anos depois, na eleição para a Prefeitura de Fortaleza, Roberto Cláudio passou a apoiar a reeleição do prefeito José Sarto, sendo novamente derrotado por um petista. Wagner não passou do primeiro turno e o bolsonarista André Fernandes seguiu na disputa, conseguindo unir todos no mesmo bloco, em uma das eleições mais acirradas de todos os tempos na capital cearense.
Essa derrota conseguiu unir os grupos derrotados, com o discurso de que “as diferenças são enormes, mas não são maiores do que o sentimento antipetista que os une”.
Um dos encontros mais emblemáticos e inesperados dessa nova aliança foi protagonizado pelo ex-prefeito Roberto Cláudio e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, a fim de estreitarem as relações e formarem uma unidade de oposição no Ceará.
Roberto Cláudio e Bolsonaro ainda não haviam se encontrado. Os dois estavam no governo durante o período da pandemia e eram opositores: o prefeito da capital cearense com o discurso da ciência; o outro, defendendo o uso da cloroquina, um apoiando o confinamento, o outro, a liberdade de circulação. As ideias eram completamente antagônicas, mas isso é coisa do passado.
Nesta semana, Roberto Cláudio anunciou a desfiliação do PDT e a formalização de sua entrada no União Brasil, ao lado de Wagner e Carmelo Neto, simbolizando a união com a direita e o início da caminhada rumo ao governo do Estado em 2026. O caminho é longo, embora pareça tão próximo. Os fatos que ainda deverão se suceder moldarão o percurso dessa jornada.
Ao ser questionado sobre sua aproximação com Bolsonaro, Roberto Cláudio justificou sua atitude demonstrando exemplos de aproximação política de antigos adversários, citando os casos do vice-presidente Geraldo Alckmin e do deputado federal Eunício Oliveira.
O jogo está apenas começando e outros fatos ainda virão. Contudo, em algum momento, Roberto Cláudio vai ter que resolver um problema eleitoral com os bolsonaristas para cultivar esse apoio: o que ele pensa sobre o 8/1, sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas e sobre a anistia de Bolsonaro. Não dá para ser aliado de bolsonaristas sem receber o pacote completo. Como o eleitor vai reagir à aproximação com Bolsonaro é outra incógnita.
A Ilíada termina antes do fim da guerra, com os funerais de Heitor. Outros autores contam o fim de Aquiles. Por aqui, vamos aguardar o desfecho dessa batalha política no Ceará que tenta unir gregos e troianos.
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