Charles Gomes e sua devoção fundamentalista pelo passado no Nossa Terra e no Sertão Brasil!
Para os Hindus, e mais ainda para membros da seita dos Sufismo, o tempo não é linear e o passado está voltando ao presente e não é possível separar o tempo. Não na mesma linha hinduísta, mas parecida, os historiadores dizem que, quem não conhece o passado, está condenado a repetir os mesmos erros no futuro.
A literatura quinhentista de Camões, o maior literato do Império de Portugal, teve no 'Velho de Restelo' seu principal personagem para se glorificar o passado português preso ao provincialismo e querendo parar as ondas do mar das modernas navegações portuguesas.
O consagrado e competente radialista Charles (amigo, irmão e companheiro do povo), nos dois programas que apresenta na Rádio Vale FM (Nossa Terra, Nossa Gente
- Sertão Brasil), o 1º das 5 às 7 da manhã, o segundo (Sertão Brasil, das 4 da tarde às 19h00)
, é um fundamentalista de se manter vivo o nosso passado.
- Sertão Brasil), o 1º das 5 às 7 da manhã, o segundo (Sertão Brasil, das 4 da tarde às 19h00), é um fundamentalista de se manter vivo o nosso passado.
Sempre preso às raízes de nossa região, pois nunca saiu de sua região, sempre trabalhando em rádios de Nova Russas, do Ipu e de sua querida terra, Hidrolândia, Charles Gomes é o radialista mais identificado com o nosso passado cultural, artístico e histórico.
No seu popular e campeão de audiência, Nossa Terra (Nossa Gente), Charles Gomes se torna um radialista fundamentalista da glorificação do passado cultural e musical, especialmente dos Século 20 e até do Século XIX, quando se apresenta seu programa.
Nos primeiros 40 minutos do Nossa Terra, que começa às 5 da manhã, Charles Gomes toca as valsas Cascata de lágrimas e Saudades da minha Terra, do genial Alberto Calçada. Valsas que, em meados do Século XX, animavam os mais triunfais casamentos e festas de gala, como até hoje.
Todos os dias, no Nossa Terra e no (Sertão Brasil) Charles Gomes toca repentes e as mais bonitas canções de viola dos dos nossos cantadores de cantorias, sendo Lucas Evangelista o mais tocado. Tostão de Chuva, Carta de um marginal, entre outras toadas de viola com Luzia Dias, foram tocados diversas vezes.
As músicas que Charles Gomes toca não as mais modernex. Musicalidade bem presente no passado. Luís Gonzaga, Teixeirinha, Borba de Paula, Zezé di Camargo, Agnaldo Timóteo e o forró das antigas do Mastruz com Leite e outros fenômenos do forró pé de serra.
Tem mais. Charles tem um quadro especial, exemplo de vida, embora alguns digam que ele não é um grande exemplo de profissional de rádio, pois nunca trabalhou em grandes rádios (Verdes Mares, Jovem Pan, Globo), que conta exemplos positivos para se viver.
Novamente volta ao passado no quadro exemplo de vida. Pega fábulas do passado distante, como a fábula (Águia e o Falcão: Tribo Sioux)
, exaltando o amor livre, mas jamais amarrado, e dando exemplo para as pessoas atuais no momento presente terem ética, amor, responsabilidade.
, exaltando o amor livre, mas jamais amarrado, e dando exemplo para as pessoas atuais no momento presente terem ética, amor, responsabilidade.
Se é um fundamentalista cultural e musical do passado, mais fundamentalista é Charles Gomes no fundamentalismo religioso. Seus programas falam o tempo todo em Deus (mesmo que alguns digam que é chamar o nome de Deus em vão) e até faz a consagração a Nossa Senhora, além de tocar músicas religiosas e católicas de Padre Zezinho, do Roberto Carlos, do padre Reginaldo e outros.
Como ninguém agradou a todos, há os que não gostam do programa de Charles Gomes, como a juventude urbanóide e alienada dos nossos centros urbanos. A audiência nas cidades não é muito boa, sendo muito forte em comunidades e povoados de nossa região.
Comunidades e povoados tipo Serrote Grosso, Fazenda Caiçara, Algemado, Olho D'água das Cunhãs, Serrotinho, Grossos, Pintada, Ema, Buriti dos Martins, Cabelo do Negro -lugares que, se desaparecessem, não fariam falta alguma ao Planeta.
Rejeitado pelos jovens dos centros urbanos, mas não pela terceira idade. Maioria absoluta dos ouvintes fiéis do Charles está perto ou na terceira idade: Chicute Marinho, Poti da França, Odete do Pantanal, dona Isaura da Lagoa do Mel (sempre falante) etc.
Como a glorificação do passado é algo fundamentalista em Charles Gomes, grande profissional do rádio, sugiro mudanças nos nomes dos seus programas:
Nossa Terra, Nossa Gente do passado e Sertões do passado!
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Autor: Professor Tim é cientista político e blogueiro.
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