quarta-feira, 21 de novembro de 2018

1º aulão de economia/macroeconomia para o Presidente Bolsonaro!

1º aulão de economia e de macroeconomia para o Presidente Bolsonaro!
Sei que o presidente eleito [Jair Bolsonaro] continua sabendo muito pouco de economia/macroeconomia brasileira, mesmo com os ensinamentos econômicos do seu principal guru econômico: Paulo Guedes, tecnocrata do Banco de Boston que virou Ministro da Economia e do Planejamento. 
1ª lição do aulão de economia/macroeconomia brasileira para o Presidente BolsonaroA imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, terno e área internaé sobre o PIB. Produto Interno Bruto, ou soma de tudo que é produzido (mercadorias e serviços) em determinado período.
O PIB ou PIB nominal, quando tudo produzido é transformado em reais, Bolsonaro, não é tão real assim. Grande parte dele não é do Brasil, porque derivam nos lucros/resultados das multinacionais, dos bancos e do agronegócio que mandam e desmandam no Brasil.
Para que o PIB (real ou nominal) seja mesmo nosso, Bolsonaro, é preciso as empresas brasileiras e mais brasileiros passem a produzir as mercadorias e serviços.
Alguns exemplos: Coca Cola, Microsoft, Monsanto e Ford (EUA); Fiat (Itália), Volkswagem (Alemanha), entre outras, levam para fora nosso dinheiro.
E os serviços são prestados também por estrangeiros.
É a eterna dependência colonial da colônia brasileira, sempre vendendo apenas produtos estrangeiros ou commodities. 
Importantíssimo na campanha de Bolsonaro, cuja ministra será vinculada ao setor, o Agronegócio é um devorador das riquezas brasileiras.
#A grande produção e os lucros imensos do agronegócio não servem para os brasileiros. Tudo porque os principais exportadores são os empresários laranjas/testas de ferro de poderosas multinacionais (Monsanto das sementes transgênicas (Monsanto), Bayer dos venenos ou agrotóxicos, Massey Fergusson dos tratores). Blairo Maggi e a Teresa Cristina, nova ministra da Agricultura, são exemplos disso, na questão de exportar commodities agrários (laranja, soja e outros) de pouco valor agregado para países ricos controladores da OMC#.
Isso alimenta o chamado superávit da balança comercial e da balança de pagamentos, que pode não ser tão verdadeiro. Exportações de produtos agrários do agronegócio podem gerar prejuízos em cascata para a economia brasileira. 
Não apenas na economia, mas na macroeconomia. Para cobrir os prejuízos de se exportar produtos baratos e importar produtos industriais caros, tem que se mexer em variantes macroeconômicas.
Tem que valorizar nossa economia perante o dólar e diminuir o estoque de moeda. Isso pode gerar depressão e recessão.
Pior são os bancos nacionais e internacionais. Responsáveis pelo maior "spread" (diferença entre os juros que se emprestam e os juros da poupança), e a maior taxa Selic. 
Os bancos que atuam no Brasil são financistas e praticam a pior das usuras. Financeirização absoluta que mata o setor produtivo.
Rentismo do capital rentista e financeiro da jogatina do capital financeiro nacional/internacional dominado pelo dólar e pelo euro, que está quebrando nossas indústrias, nossa agricultura, nosso comércio.
Fator gerador da grande massa de desempregados na morte da economia real do desenvolvimento produtivo e do pleno emprego.
Com as empresas fechando, comércio falido e a multidão de desempregados, o União perde muito. Impostos e tributos não são pagos devidamente.
Resultado: Estado arrecada menos e deixa de fazer investimentos sociais, passando a aplicar uma macroeconomia conservadora do superávit nominal e da paridade cambial -previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é do FMI e do Banco Mundial.
É de lascar quando isso se junta com  "swap cambial" (super-valorizando o câmbio do dólar), elevando o déficit e o valor das dívidas (interna/externa). 
É preciso, assim, Bolsonaro estabelecer metas econômicas e macroeconômicas que facilitem as vidas dos trabalhadores, das empresas nacionais de pequeno e médio porte, entre outras medidas.
Uma produção nacional que ele poderia valorizar seria a produção de armas por fábricas brasileiras, mas ele prefere as estrangeiras.
A nacionalização da economia deve ser virar política de Estado no governo Bolsonaro, mas sem fechamentos nacionalistas ortodoxos. Deve-se incentivar a substituição das importações e praticar um choque Keinesiano para aumentar a demanda a partir do investimento estatal.
Pode, sim, por ele ser um militar nacionalista, o Bolsonaro incentivar a produção tecnológica de produtos feitos com minerais brasileiros: nióbio, cobre, urânio, alumínio etc.
Tudo para a recuperação econômica do Brasil. Tirar o Brasil da pior crise econômica da história.
Algo que Bolsonaro pode e deve fazer.
É a principal lição do aulão de economia!
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Autor do aulão: Professor Tim é cientista político e blogueiro.

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